domingo, 5 de outubro de 2008

O pedacinho

Amigos, festas, faculdade, estágio. Ela tinha tudo isso. Semanas cheias, correndo de um lado pro outro, resolvendo coisas, brigando com amigos, rindo do infinito. Ela se esforçava. Comparecia a todos os eventos, sorria para todas as fotos, fazia poses, mandava beijos e recados. Ela aparecia, ela se mostrava. Mas nunca bastava.

No fim do dia, todos os dias, a sensação estranha lhe encontrava. Não havia explicação nem razão. O vazio, o aperto, o incômodo solitário. Ela resistia, ignorava. Em dias mais fracos, ela chorava. Escondida, encolhida. Pra no dia seguinte cobrir com máscara de vontade e fingir que sua vida era a fachada.

Tudo estava bem. Mas ela não estava. Todos tinham planos, mas ela não tinha. Ela deixava o fluxo lhe arrastar para não ficar parada, mas até quando ela ia aguentar ser arrastada? Ela tinha medo de onde ia chegar. Todo mundo tinha pra onde e pra quem voltar no fim do dia. Ela não tinha. E era isso que doía, que apertava. Mesmo quando ela fingia que não sabia.

E então, toda semana, as madrugas de sábado a torturavam. Em casa, sozinha, ela devaneiava. Não existe limonada completa sem gelo. Não existe bolo completo sem recheio. Não existe sanduíche completo sem queijo. Não, não da. Não existe pessoa completa sem desejo, sem anseio, sem companheiro.

Tudo estava bem. Tudo estava inteiro. Mas em seu coração, faltava um pedaço.

9 comentários:

Rayanna Ornelas disse...

Putz, Bel!

Não consigo encontrar uma palavra p significar TUDO q eu qria dizer sobre o seu post, na real.
Foi tão profundo, tão tocante, mexeu com meus sentimentos e sentimentalismo, de vdd!

É um pouco do muito q eu sinto, ou muito do pouco que penso sentir.... whatever!

Perfeito!

Rayanna Ornelas disse...

Falta um pedaço aki também.

Anônimo disse...

Lindo POst! *_*


Um Fã

Anônimo disse...

que... que... Que lindo!!!! >.<

Jorge Mateus disse...

Agora vc pode abrir uma cova e se enterrar.
(Não é depois de mortos que os grandes recebem homenagens pela grandeza do trabalho?)



Te amo dimais muié!

Anônimo disse...

como a vida é difícil, ter e n ter

Camilíssima Furtado disse...

O que machuca, incomoda é o fato de ter tudo nas mãos e nada ser capaz de completar o vazio. É a sensação de que não se pode ser completa quando se falta um pedaço, o pedaço fundamental...
Lindas palavras, parabéns pelo texto!!!

Anônimo disse...

nhoi nhoi


... mas tudo bem, tudo bem, tudo bem...

Bon Vivant disse...

Nice!!!!

simples e completooo!!!

Bjuuu